Pensamento da Hora

"ALGUMAS PESSOAS COMENTEM O MESMO ERRO DUAS VEZES. OUTRAS SÃO MAIS INTELIGENTES: ENCONTRAM NOVOS ERROS PARA COMETER" (Edson Athayde)









terça-feira, 13 de março de 2012

Roda do Ocaso









Diz o poeta que a vida é um sopro.

Veloz, vai-se escapando pelos dedos
buscando enfim o seu destino final.
A morte é um sono do qual você não acorda,
outro poeta já disse.
Então a morte deve ser boa.
Quem dispensa um tranquilo sono?


Mas um sono eterno?
Sem sol a nascer?
Sem vozes a ouvir,
sorrisos sem ver,
sem da vida,o esplendor?


Um sono assim, ausências tantas...
Mas quem saberá das ausências?
Apenas dorme-se. E pronto.

O afã da vida nos levou à metafísica.

Não será  o nirvana,  ausência de todo desejo?
Não será o karma,  ponte para novo despertar?
Não será  o paraíso, a ressurreição?


Ingrata vida que nos forma,

nos molda, nos faz sentir,
olhar,
desejar,
amar,
odiar

E nos toma tudo,

e nos faz dormir sem sonhar.




Eduardo Medeiros, Rio de Janeiro, 13/03/2012





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É engraçado que depois do nascimento do meu filho eu tenha me pegado a pensar na vida e na morte como nunca antes. Fico pensando que vê-lo crescer(o que todos nós, pais, queremos ) é também ver-me envelhecer. A alegria de vê-lo expandir-se em músculos, estatura, feições e falas, é também ver-me na roda do ocaso. 



De tão absurda, a morte foi feita nossa amiga pelas crenças do pós vida. Então, morrer, não seria o fim, mas o início ou o reinício de uma nova vida. Confesso que tenho sérios problemas com as metafísicas; sou levado, puxado, obrigado a ver a morte como uma coisa tão natural da existência como a vida. Afinal de contas, sem morte, como valorizar a vida?



Mas quem disse que isso basta? Sei que meus átomos não morrerão depois da minha morte; eles se fundirão ao ambiente e voltarão de onde saíram. E minha consciência? E os átomos que em mim, são pensantes e conscientes, o que se fará deles?



Desejo profundamente que continuem conscientes em algum lugar do universo.

13 comentários:

  1. Bom dia,Edu!

    Sérias indagações!Já me questionei muito...e encontre meu alento.De certa forma cada um acaba por encontrar o seu...
    Mas não acredito na morte como um sono eterno...
    Beijos!!Tudo de bom pra vocês!!!

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  2. Oi Edu!
    Você mudou seu blog? Antes eu era sua amiga de blogger...
    Mas estou aqui! Isso que importa.
    Deixo parte do meu comentário feito no Facebook, a respeito do seu post.
    ... Impossível não amar, refletir, e não se sentir intensa com um texto tão L_I_N_D_O e E_S_P_E_T_A_C_U_L_A_R como esse.
    E o que é mais intenso em tudo isso...é podermos imaginar, o que seríamos, e como será a morte, quando nossos olhos se fecharem para sempre.
    Para sempre?
    Não se sabe...está aí, a beleza do segredo da vida, que só a morte explica.
    Um lindo dia meu querido.
    Um grande abraço.

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  3. Nooooooossa,Edu!! Fiquei arrepiada aqui ao te ler. Poesia maravilhosa e tuas questões, idem, muito bem colocadas!!ADOREI e PARABÉNS!!! abraços e hás de ver Eduardinho crescer, te dar netos. Muito lindo isso! chica

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  4. Edu, q maravilha!!! penso assim tb. Por mais que eu conheça tantas explicações sobre o que acontece depois, eu ainda me sinto como vc, com dificuldades para ver esse futuro sombrio.Não sei se céu, inferno,reencarnações me dizem no fundo da alma alguma coisa.
    E assim como vc, nunca em minha vida havia pensado tanto na morte como depois que o meu filho nasceu. Algo muda na gente depois desse evento.
    Adorei!!! Continue com a poesia.
    Abração!!!

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  5. Eduardo,um filho nos modifica mesmo!Poesia inspirada,belíssima!Parabens,poeta!Bjs,

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  6. Acredito que estaremos Edu!! Nosa percepção e onhecimentos ainda são tão poucos e substituídos pela fé que é o amor muito bem explicado como num quebra cabeça em todos os lugares, daí vamos montando e no fim somos apenas uma das peças...
    Que belíssimo poema!!!

    Beijos

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  7. ESSE MULEKINHO É FERA!!! SÓ ELE TEM O PODER DE DESARTICULAR SEUS ARGUMENTOS NOBRE HEREGE!!! rsrsrs

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  8. Edu, belíssima poesia.

    Tabém me pego pensando bastante nesses assuntos, principalmente depois do nascimento do meu filho.

    Também espero que a consciência seja preservada de alguma forma, mas sinceramente, não conto muito com isso.


    Grande abraço.

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  9. Edu, apesar da beleza do seu poema, falemos em vida, vida em abundância. Fiquei pensando com os meus botões, Mari, poetizou sobre o tempo, eu escrevi uma poesia que ainda não publiquei sobre quando chegar a velhice, e você fala de morte. Agora não! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Eu quero viver, abraçar meus netos e compartilhar as alegrias dos meus filhos, juntinha com o meu maridão, mas de uma coisa não tenho medo, de saber que a morte virá algum dia e através dela, eu verei o meu amadíssimo Jesus e serei com Ele para sempre. Disto eu tenho certeza absurda! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Eu quero te conhecer pessoalmente amigo, dá um beijaço nas tuas bochechas e da tua esposa, que amo sem conhecer. E Duzinho? Será que ainda vou poder levantá-lo nos meus braços? Tudo é possível.

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    1. Amiguinha, gosto muito de falar da vida; nunca gostei de falar na morte; na verdade, ainda a temo. Talvez por isso mesmo, nesse momento da minha vida em que vejo a cada dia meu filho crescendo e com uma vida inteira pela frente, eu esteja com o espírito propício para meditar sobre ela, a "dona de todos nós".

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  10. Bem, por um minuto pensei que estivesse no blog da Amana, toda vez que eu entro aqui tem uma novidade rsrsrs. Edu tu andas escrevendo muito cabra, amei o poema. Suas indagações também são as minhas, mas e se a morte for simplesmente a morte e pronto? Alguém já disse que morrer é "dormir sem sonhar", mas prefiro acreditar também que hei de continuar consciente e sonhando... Abração amigo! Cada post daqui vale muito a pena.

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    1. É, Éder, eu e Amana temos o mesmo DNA da mudança...rsssss

      E se a morte for simplesmente a morte? E se for?

      abração, amigo.

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  11. Bom dia,Edu!!!

    Bom final de semana pra vocês!!!Que seja bem alegre!!!
    *Obrigada pelas palavras lá na entrevista!!!És uma amigo querido!
    E já te acompanho desde o "Olhar o tempo"depois o "Boteco do edu" lembra?!Sabes o mais engraçado, lembro da sua primeira visita, quando retribuiu a minha!Comentaste num post onde coloquei uma música do Cazuza!
    "Acompanhei" a gestação e a alegria do nascimento do Eduardinho, os dias que ficaram no hospital(que Graças a Deus, ficou tudo bem), e tudo isso me inspira amizade e admiração! Te desejo tudo de bom!!!
    *Ah!E obrigada por ter visitado meu blog de contos!!!Sou uma aprendiz...e espero melhorar muito!!rsrs
    beijos!

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