Pensamento da Hora

"ALGUMAS PESSOAS COMENTEM O MESMO ERRO DUAS VEZES. OUTRAS SÃO MAIS INTELIGENTES: ENCONTRAM NOVOS ERROS PARA COMETER" (Edson Athayde)









segunda-feira, 28 de maio de 2012

Aviso aos navegantes





Bem, este é um aviso para quem costuma dar umas navegadas pelos mares deste blog. Depois de muitas indas e vindas (deletando e criando blogues ), vou seguir os sábios conselhos de alguns amigos e ficar só com um(fora os dois blogues coletivos que faço parte, mas esses não contam). Aos que costumam comentar, devo dizer que talvez vocês achem um pouco estranho o caos de temas que será o Veredas (http://www.veredasdopensamento.blogspot.com.br já que gosto de falar de tudo), desde assuntos filosóficos, científicos, passando por temas bíblicos, indo até a história, voltando para o humor leve e sem graça, voltando para algum assunto que seja importante para a cidadania e cutucando vez ou outra a política brasileira...enfim, uma verdadeira salada de assuntos. Se vocês forem seguí-lo, fiquem à vontade para comentar ou ler só o que lhes interessar, afinal de contas, ninguém é obrigado a gostar de teologia ou de revistas em quadrinhos...



Este Seleções vai ficar aí no ar, até o Blogger resolver deletá-lo por falta de movimento...rsss



Um grande abraço.









p.s. se alguém aí perguntou por que diabos eu coloquei um desenho do Homem-Aranha para ilustrar esta despedida, foi só por que eu gosto do cara.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O fim do Be Gees






Um talento musical raro expresso em canções maravilhosas e em harmonias vocais perfeitas. Assim eram os Be Gees.  Os três irmãos, o mais velho Barry Gibb e os gêmeos Robin e Maurice Gibb fizeram todo mundo dançar na década de 70 com Stayin'Alive que ajudou a fazer do filme "Embalos de Sábado à Noite" e o seu ator principal, John Travolta, um sucesso. O álbum Saturday Night Fever (trilha sonora do filme ) é a trilha sonora mais vendida de todos os tempos e atualmente, ocupa a 5° colocação como álbum mais vendido da história com mais de 37 milhões de cópias, de acordo com a revista Billboard: 300 Best-selling Albums of All-Time. Os Bee Gees, é uma das bandas que mais arrecadaram na história da música, e são considerados por grande parte da crítica musical, a segunda maior banda da história pelo conjunto de sua obra (composições, produções e gravações), perdendo apenas para os Beatles.


Com a morte de Maurice Gibbs no último dia 12, os Bee gees resolveram findar a carreira da banda. Robin Gibbs comunicou oficialmente o fim da banda, lamentando a morte do irmão: "Os Bee Gees, para nós, eram os três irmãos...” O músico declarou ainda que qualquer outro projeto musical com o qual venha a se envolver no futuro, não será sob o nome de Bee Gees.




The Bee Gees " Stayin' Alive " ( Está Vivo )



DIZ SE NÃO DÁ VONTADE DE ARRASTAR O SOFÁ E SE ACABAR DE DANÇAR???? 


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referências:
Wikipedia,
Territorio da musica

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Foi assim...




O artista de rua é um artista na acepção mais pura da palavra.
Ele não tem o grande palco.
Não tem os grandes cartazes em outdoors  lhe fazendo marketing cultural.
Seu cachê
não é requisitado  na presença de empresários em almoços de negócios
e sim na combinação com o ânimo
ou desânimo
de quem
passa
e muitas vezes o ignora.
O artista de rua é um sobrevivente.
Vai onde tem povo.
Se alguém para e contempla sua arte, já se sente feliz. 
Como todo artista,
quer o aplauso,
a admiração,
o sustento;
mas ele não tem palco no Teatro Municipal. 
o palco dele é a rua. Qualquer rua.


E canta
e fala 
e faz mágica
e faz truque;
se equilibra em corda bamba,
pinta quadros,
toca flauta,
toca blues,
toca jazz,
faz pirotecnia,
faz poema.



É um sobrevivente. É um artista.
De rua.
Qualquer
rua. 



É assim...



Edu.







Nos Bailes da Vida
Milton Nascimento

Foi nos bailes da vida ou num bar
Em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim

Cantar era buscar o caminho
Que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim

Com a roupa encharcada e a alma
Repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Zeus e as Olimpíadas





Se um grego nascido há dois mil anos assistisse as nossas atuais olimpíadas, ele ficaria horrorizado. Não por que os jogos ainda hoje evocam um “momento de harmonia festejado entre todos os povos” mas por que ele perdeu todo o seu sentido religioso. Na antiga Grécia, as competições serviam como principal homenagem a Zeus, o mais importante dos deuses helênicos. Na ocasião dos jogos, Zeus recebia o apelido de “Olímpico”.


Sacrifícios dedicados à divindade eram realizados no registro mais antigo das competições organizadas, em 776 a.C. Sabe-se que, em 472 a.C, animais eram mortos no primeiro dia – quando os atletas prestavam um juramento a Zeus Orkios (“Dos juramentos”) no templo que se tornou uma das sete maravilhas do mundo antigo.

A verdade é que a religiosidade não está  ausente das olimpíadas atuais, se não oficialmente em sacrifícios a algum deus, com certeza nas atitudes de muitos atletas que depois de um gol, levantam as mãos aos céus agradecendo o feito ou naquele corredor de maratona que depois de mais de duas horas correndo, cruzando a linha de chegada, diz que “Deus  me deu forças para vencer”.

Não importa a época, não importa  como. Estamos irremediavalmente ligados aos deuses (espiritualidade) enquanto existirmos como espécie.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Reportagens "criativas"







Sempre rolam pela internet textos apócrifos e listas disso e daquilo que não se sabe de onde veio ou quem escreveu(se é apócrifa...Dããã). Uma dessas listas traz supostas reportagens publicadas por jornais portugueses(!!!). Não são verdadeiras, claro, mas o autor é no mínimo, muito criativo. Vejam algumas:



"Parece que ela foi morta pelo seu assassino".
"O acidente pode ter sido no tristemente célebre retângulo das Bermudas".
"O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se que haja vítimas"
"Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio"
"O aumento da inflação foi de 0% em novembro"
"O presidente de honra é um septuagenário de 81 anos"
"A conferência sobre prisão de ventre foi seguida de um farto almoço"



Porém, na coluna do professor de português Sérgio Nogueira do jornal Extra de 29 de abril, ele conta que um certo portal de notícias informou:


"Bombeiro ajuda grávida a dar à luz por telefone".


A manchete ficou meio truncada, mas é lógico que a ajuda é que foi por telefone e não o "dar à luz por telefone" que é coisa ainda impossível apesar de todos os avanços da medicina.




                                                                            * * * * *













sexta-feira, 11 de maio de 2012

Eu sou OCCDB






Pois é, tenho que confessar a vocês que sou um obsessivo compulsivo. Mas de que tipo? Do tipo, obsessivo compulsivo por criar e destruir blogues(o OCCDB do título). Comecei minha aventura nos blogues há uns...(sou péssimo para lembrar de datas, só lembro do aniversário de casamento senão vou para a guilhotina). Acho que foi há uns três anos. Construí meu primeiro blog: Sala do Pensamento! Nome pomposo e pretensioso. Postava assuntos filosóficos e teológicos (mesmo eu não sendo nem filósofo nem teólogo - eu disse que era pretensioso). Tinha uma galera muito boa que construiu debates memoráveis naqueles tempos. Muitos deles ainda hoje interagem comigo em outros blogues.


Mas o problema da Sala do Pensamento era exatamente a dualidade de assuntos. Filosofia e teologia. Como eu também sou obsessivamente aberto a vários gostos temáticos, como literatura, música, humor, reflexões existenciais(quase filosóficos mas mais práticos), pensamentos impactantes, etc, achei que o Sala do Pensamento me tolhia a liberdade. Aí construí o Olhar o Tempo, de saudosa memória. Foi lá que conheci uma amiga muito querida que está sempre por aqui e sempre me acompanha nas minhas aventuras blogueiras.


O Olhar o Tempo era muito bom. Nele eu postava todos os outros temas que o Sala do Pensamento não me permitia e era bem visitado e comentado. Com o passar do tempo, achei que o Olhar o Tempo(a redundância não foi proposital) estava me dando mais prazer do que o Sala do Pensamento e neste, os debates já não estavam tão acalorados. Então anunciei a todos que iria ficar somente com um blog e que o Sala do Pensamento estava fadado a virar bits perdidos por aí. E assim foi - deletei-o-o, como diria certo aluno da Escolinha do Professor Raimundo. 



Mas aí minha obsessão começou a aflorar. Já não estava satisfeito em ter um blog só; eu era muito eclético (adoro essa palavra e as modelos louras também) para me prender só ao Olhar o Tempo. É que ele com o tempo ficou muito "asséptico", muito arrumadinho, com textos só de literatura e poesias, então, resolvi criar o Botequim do Edu. Agora sim eu tinha um lugar onde extravasar toda a minha vontade por temas mais descontraídos e menos literários. A primeira postagem foi um vídeo com Ney Matogrosso rebolando e cantando  "Nunca vi rastro de cobra nem couro de lobisomem, se correr o bicho pega se ficar o bicho come..."









Os amigos se achegaram. O Botequim do Edu estava bem a minha cara: leve, bem-humorado, bem musical. E no Olhar o Tempo eu só postava pérolas da literatura brasileira. Foi quando o apocalipse aconteceu...



Um vírus atacou vários blogues do Blogger e o Olhar o Tempo foi um deles. Sempre quando tentava abri-lo aparecia a fatídica mensagem "esse blog não é seguro e bla bla bla..." Vários outros blogues de amigos meus também ficaram assim. Comecei a receber várias dicas de como me livrar do problema. Tentei de tudo e nada acontecia. Comecei a comentar lá no Botequim que ia deletar o blog pois já tinha feito de tudo e nada. Na verdade, era a minha OCCDB me perturbando para eu deletar mais um blog e a desculpa da contaminação viral vinha a calhar...



Foi-se. Sob protestos de alguns amigos, mas foi-se o Olhar o Tempo. Fiquei só com o Botequim. Mas a obsessão veio com força total me impondo a abertura de um novo blog. Com saudades de discutir temas teológicos, abri o "Caminhos da Teologia". Bem frequentado pelos amigos teólogos de verdade, os bons tempos da Sala do Pensamento voltaram. Até a minha conta do blogger dar um problema: não conseguia acessar o painel do blog e consequentemente, não conseguia atualizá-lo. Ficou lá, paradão...



Revoltado com a plataforma Blogger, me mudei de mala e cuia para o Wordpress, um lugar bem mais estável para se criar blogues felizes e duradouros. Criei lá o Caminhos da Teologia e o Omelete do Edu. Gostei da experiência Wordpress. Então, deletei o Botequim...Segundo a ajuda do Blogger, o problema com a minha conta do Caminhos da Teologia não tinha nenhum motivo específico, o melhor a fazer era esperar voltar ao normal. Tá bom! Esperei três meses...e aí, como mágica, tudo voltou ao normal e esqueci de voltar ao Wordpress. Agora tenho dois blogues por lá órfãos de pai e mãe.







Com a minha obsessão a pleno vapor, resolvi criar este "Seleções do Edu" que eu gostaria que fosse uma mescla do finado Olhar o Tempo e Botequim do Edu. Mas sabe como é obsessão, não dá trégua e eu já estou aqui com vontade de fundir este blogue com o Caminhos da Teologia que agora se chama Veredas do Pensamento(outro nome pomposo e pretensioso).



Bem, se alguém teve paciência pra chegar até aqui, devo dizer que não sei o que fazer. Isto sem falar que eu já participo de dois blogues coletivos. O Confraria dos Pensadores Fora da Gaiola(o nome mais pomposo e pretensioso que já vi!!) e o da Confraria Teológica Logos e Mythos(este eu fundei para falar só de teologia que era tema já não muito bem visto na primeira confraria citada e não mais prioritário no novo Veredas que antes era Caminhos...).



Ah, chega, chega de falar de blogues que eu já tô com uma vontade de criar um só falando de quadrinhos. Ah, esqueci que já tenho um blog com essa temática. Aliás, ele já tá durando muito...

terça-feira, 1 de maio de 2012

Conto Erótico









Luis Fernando Veríssimo




- Às suas ordens.
- Que-quem é?

- Às suas ordens.

- Acho que apertei o botão errado. Ainda não me acostumei com o painel deste novo sistema. Como é que eu faço para conseguir uma linha direta?

- Linha direta: Comprima o botão vermelho no canto direito inferior do painel. Aguarde. Se não der sinal de linha, comprima o botão marrom, depois o vermelho novamente.

Repita a operação até conseguir a linha.



- Obrigado, senhorita...

- De nada. Desligo.

- Escute!

- Às suas ordens.

- Olhe. Por favor, não pense que eu estou sendo indiscreto, mas é que não reconheci a sua voz. Você é nova no escritório? Alô?

- Às suas ordens.

- Eu só queria esta informação...

- Informação: comprima o "zero" no painel. Aguarde. Quando ouvir o sinal eletrônico, declare a informação desejada. Fala pausadamente.

- Não, não. Eu só queria saber...Em primeiro lugar, o que é que você está fazendo aqui até esta hora? Todo mundo já foi para casa. Já sei, é seu primeiro dia, você ainda está desambientada. Mas não precisa exagerar. Ninguém me disse que iam contratar uma nova telefonista. Aliás, me disseram que com este novo sistema, não precisa telefonista. Você não responde?



- Às suas ordens.

- Só me diga seu nome. Olhe, não sei o que lhe disseram a meu respeito, mas eu não sou um patrão duro, não. Só fico até esta hora no escritório porque, francamente, este é o lugar onde me sinto melhor. Minha mulher nem fala mais comigo. Me sinto muito melhor aqui, na minha mesa, na minha poltrona giratória, as minhas coisas, agora este novo telefone...Entendeu? Não sei por que estou contando tudo isso para você. Ah, é para você não ter medo de conversar comigo. Sou absolutamente inofensivo. As funcionárias deste escritório, para mim, fazem parte da mobília, entende? Jamais faltei com o respeito com nenhuma delas. Aliás, jamais faltei com o respeito com mulher nenhuma, ouviu? Você não tem nada para me dizer?



- Não há mensagens.

- O quê?

- Às suas ordens.

- Mas eu sou um animal. Você é uma gravação! Agora entendi. E eu aqui falando sozinho...Mas sabe que você tem uma voz linda?

- Às suas ordens.

- Quero fazer amor com você. Agora. Aqui. Em cima da mesa. Com sua cabeça atirada para trás, por cima do calendário eletrônico. Com o jogo de canetas de acrílico espetando suas costas. E você rindo, selvagemente, de prazer e de dor. Depois rolaremos pelo carpete como dois loucos. Como duas feras. Derrubaremos a mesa do café.

- Café: comprima o botão rosa.

- Ahn. Diz de novo. Comprima o botão rosa. Diz. Café.

- Café: comprima o botão rosa.

- Meu amor, minha paixão. Café.

- Quero passar o resto da minha vida ouvindo a sua voz e comprimindo o seu botão rosa. Nunca mais preciso sair do escritório. Só nós dois. Quero fazer tudo com você. Tudo! Você deixa?

- Às suas ordens.



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publicado em "Ed Mort e outras histórias", ed LPM.









Confira no meu blog Veredas do Pensamento um texto sobre a Vera-cruz, a Hollywood brasileira 



Abraços.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Por que não sou um fã de Charles Darwin



Artigo escrito por Olavo de Carvalho,
publicado Diário do Comércio, em 20 de fevereiro de 2009 












AS FESTAS BILIONÁRIAS em comemoração aos duzentos anos de nascimento de Charles Darwin tornam momentaneamente invisíveis alguns fatos essenciais da vida e da obra desse homem de ciência.

Desde logo, Darwin não inventou a teoria da evolução: encontrou-a pronta, sob a forma de doutrina esotérica, na obra do seu próprio avô, Erasmus Darwin, e como hipótese científica em menções inumeráveis espalhadas nos livros de Aristóteles, Sto. Agostinho, Sto. Tomás de Aquino e Goethe, entre outros. Tudo o que ele fez foi arriscar uma nova explicação para essa teoria – e a explicação estava errada. Ninguém mais, entre os autoproclamados discípulos de Darwin, acredita em “seleção natural”. A teoria da moda, o chamado “neodarwinismo”, proclama que, em vez de uma seleção misteriosamente orientada ao melhoramento das espécies, tudo o que houve foram mudanças aleatórias. Que eu saiba, o mero acaso é precisamente o contrário de uma regularidade fundada em lei natural, racionalmente expressável. O darwinismo é uma ideia escorregadia e proteiforme, com a qual não se pode discutir seriamente: tão logo espremido contra a parede por uma nova objeção, ele não se defende – muda de identidade e sai cantando vitória. Muitas teorias idolatradas pelos modernos fazem isso, mas o darwinismo é a única que teve a cara de pau de transformar-se na sua contrária e continuar proclamando que ainda é a mesma.

Todos os celebrantes do ritual darwiniano, neodarwinistas inclusos, rejeitam como pseudocientífica a teoria do “design inteligente”. Mas quem inventou essa teoria foi o próprio Charles Darwim. Isso fica muito claro nos parágrafos finais de A Origem das Espécies, que na minha remota adolescência li de cabo a rabo com um enorme encantamento e que fez de mim um darwinista, fanático ao ponto de colocar o retrato do autor na parede do meu quarto, rodeado de dinossauros(só agora compreendo que ele é um deles). Agora, graças à amabilidade de um leitor, tomei conhecimento dos estudos desenvolvidos por John Angus Campbell sobre a “retórica das ciências”. Ele estuda os livros científicos sob o ponto de vista da sua estratégia de persuasão. Num vídeo fascinante que vocês podem ver em
http://www.youtube.com/watch?v=_esXHcinOdA (infelizmente, o vídeo foi retirado pelo “usuário”. Nota do Edu).

Ele demonstra que o “design inteligente” não é apenas um complemento final da teoria darwinista, mas a sua premissa fundamental, espalhada discretamente por todo edifício argumentativo de A Origens das Espécies. O “design inteligente” é, portanto, a única parcela da teoria darwiniana que ainda tem defensores: e estes são os piores inimigos do darwinismo. É certamente um paradoxo que o inventor de uma explicação falsa para uma teoria preexistente seja celebrado como criador dessa teoria, porém um paradoxo ainda maior é que a premissa fundante da argumentação darwiniana seja repelida como a negação mesmo do darwinismo.

Puramente farsesco, no entanto, é o esforço geral para camuflar a ideologia genocida que está embutida na própria lógica interna da teoria da evolução. Quando os apologistas do cientista britânico admitem a contragosto que a evolução “foi usada” para legitimar o racismo e os assassinatos em massa, eles o fazem com monstruosa hipocrisia. O darwinismo é genocida em si mesmo, desde a sua própria raiz. Ele não teve de ser deformado por discípulos infiéis para tornar-se algo que não era. Leiam estes parágrafos de Charles Darwin e digam com honestidade se o racismo e a apologia do genocídio tiveram de ser enxertados a posteriori numa teoria inocente:

“Em algum período futuro, não muito distante se medido em séculos, as raças civilizadas do homem vão certamente exterminar e substituir as raças selvagens em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos...serão sem dúvidas exterminados. A distância entre o homem e seus parceiros inferiores será maior, pois mediará entre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o caucasiano, e algum macaco tão baixo quanto o babuíno, em vez de, como agora, entre o negro ou o australiano e o gorila”.

Imaginem, durante as eleições americanas, a campanha de John McCain proclamar que Barack Hussein Obama estava mais próximo do gorila do que o candidato republicano!

Tem mais: “Olhando o mundo numa data não muito distante, que incontável número de raças inferiores terá sido eliminado pelas raças civilizadas mais altas!” Para completar, um apelo explícito à liquidação dos indesejáveis: 

“Entre os selvagens, os fracos de corpo ou mente são logo eliminados; e os sobreviventes geralmente exibem um vigoroso estado de saúde. Nós, civilizados, por nosso lado, fazemos o melhor que podemos para deter o processo de eliminação: construímos asilos para os imbecis, os aleijados e os doentes; instituímos leis para proteger os pobres; e nossos médico empenham o máximo da sua habilidade para salvar a vida de cada um até o último momento...Assim os membros fracos da sociedade civilizada propagem a sua espécie. Ninguém que tenha observado a criação de animais domésticos porá em dúvida que isso deve ser altamente prejudicial à raça humana. É surpreendente ver o quão rapidamente a falta de cuidados, ou os cuidados erroneamente conduzidos, levam à degenerescência de uma raça doméstica; mas, exceto no caso do próprio ser humano, ninguém jamais foi ignorante ao ponto de permitir que seus piores animais se reproduzissem”.

Notem bem: não sou contra a hipótese evolucionista. Do que tenho observado até hoje, devo concluir que sou o único ser humano, no meu círculo de relações próximas e distantes, que não tem a menor ideia de se a evolução aconteceu ou não aconteceu. Todo mundo tem alguma crença a respeito, e parece disposto a matar e morrer por ela. Eu não tenho nenhuma.

No entanto, minha abstinência de opiniões a respeito de uma questão que considero insolúvel não me proíbe de notar a absurdidade das opiniões de quem tenha alguma. Há muito tempo já compreendi que os cientistas são ainda menos dignos de confiança do que os políticos, e os paradoxos da fama de Charles Darwin não fazem senão confirma-lo. Meus instintos malignos impelem-me a pegar os darwinista pela goela e perguntar-lhes:

- Por que tanta onda em torno de Charles Darwin? Ele inventou o “design inteligente”, que vocês odeiam, e a seleção natural, que vocês dizem que é falsa. Ele pregou abertamente o racismo e o genocídio, que vocês dizem abominar. Para celebrá-lo, vocês têm de criar do nada um personagem fictício que é o contrário do que ele foi historicamente. Não veem que tudo isso é uma palhaçada?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rir é o melhor remédio!









Na unidade do SUS, o médico olha bem para o paciente e estranha:

- Amigo, eu sou pediatra. Como é que um adulto marca consulta com um médico e crianças?

- Que absurdo, não é, doutor? Por aí o senhor pode calcular há quanto tempo estou nesta fila...



                                            * * * *



Uma família janta reunida e, depois de pagar a conta, o pai diz ao garçom:

- Embrulhe a carne que sobrou. Vamos levar para o cachorro.

- Oba! - gritam em coro as crianças. _ Papai vai comprar um cachorro para a gente!



                                         * * * *



Três amigos se encontram num bar e começam a conversar sobre traição.

O primeiro comenta:

-Acho que minha mulher está me traindo com um jogador de tênis. Outro dia, encontrei uma raquete embaixo da nossa cama.

- Também desconfio da minha. E acho que o cara é jogador de futebol, pois encontrei uma bola debaixo da cama - diz o segundo.

- Pior, eu acho que a minha mulher está me traindo com um cavalo.

- O uê? Como assim? - espantam-se os outros.

- Outro dia tinha um jóquei inteirinho debaixo da cama!!



                                          * * * *


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E eu, como fã que sou do RC, não poderia deixar de mandar meus parabéns para ele (mesmo sabendo que ele não vai ler...rs). Roberto Carlos faz 71 aninhos; tá na flor da idade e cantando melhor do que nunca. É, sei que essa é uma afirmação que muitos discordam, pois há uma crítica (real) que a voz do RC é fraquinha, anasalada, que ele não é lá grandes coisas como cantor. Pode até ser mas o seu talento e carisma são marcantes, não é à toa que virou rei.




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Ilustração: http://www.diretoriodeartigos.com.br

sábado, 14 de abril de 2012

Histórias da Marron





Alcione, a "Marron", deu "Depoimentos para a posteridade" ao Museu da Imagem e do Som. Destaco duas:


1) Ela se formou normalista aos 20 anos e foi ensinar português. Um dia, para manter a disciplina na sala, prometeu que se os alunos se comportassem, levaria seu trompete e mostraria o que que havia aprendido com o pai, professor de música. As crianças, então, se comportaram. Certo dia, Alcione subiu na mesa em plena sala de aula para dar seu show. Foi demitida na hora.


2) Ela diz que quando resolveu gravar "Meu Ébano" (É, você é um negão de tirar o chapéu/Não posso dar mole senão você créu...) o seu diretor artístico disse: "você vai gravar uma música que fala em créu? Não é o seu perfil". Ela respondeu: "E você por acaso conhece o meu potencial de créu?". Gravou.



Para lembrar, Alcione cantando, "Meu Ébano", com créu e tudo.








terça-feira, 10 de abril de 2012

Invictus











Assisti ao filme "Invictus" que conta como Nelson Mandela conseguiu unir a África do Sul em torno do time nacional de Rugby  que vinha tendo resultados ruins  mas que foi capaz de ganhar a copa do mundo que se realizou na África do Sul em 1995. Mandela mandou chamar o capitão da equipe para lhe passar confiança e falar um pouco da sua própria experiência de superação durante os anos em que esteve preso.

Esse poema inspirou Mandela durante os anos de prisão.

 
Invictus

Do avesso desta noite que me encobre,
Preta como a cova, do começo ao fim,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel desta circunstância,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.

Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.

Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.

Escrito pelo poeta Inglês William Ernest Henley (1849-1903).




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Quem quiser ler mais sobre a vida de Mandela, veja na Wikepédia e no Brasil Escola

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Poema de Páscoa(Vai, Nazareno)









Vai Nazareno, cumprir  tua sina
Vê a turba ensandecida
que brada tua sentença!
O que fizestes Nazareno, para que germinasse neles tamanha fúria?

Desprezo atroz!

Vai Nazareno, cumprir a tua sina
Vê os poderes da tua religião que se levantam
para te condenar...

Vai Galileu, cumprir a tua sina
Olha a cora que te espera
Olha o manto real que te puseram nos ombros
Você, Nazareno, que nunca pleiteou reino terreno.
O que eles entenderam, Nazareno?
Que usurparias o privilégio da casta sacerdotal?
Que anularias a Lei?
O que dizes de ti, Galileu?

Vai Marginal, cumprir a tua sina
Não foi assim que te pintaram? Não ficastes à margem do sistema? Não pusestes a roda da história para girar?

Vai Compassivo, cumprir a tua sina
Vai receber tua sentença,
Teu castigo,
Teu labor
Vai Visionário, cumpri a tua sina
Vai sofrer no teu corpo a tua dor

 A dor que é de todos nós.
A dor de olhar o caído e passar ao largo
A dor pela prisão da alma
Que suspira liberdade.
A dor que nos punge o peito
De não olhar o órfão e roubar-lhe a esperança
A dor que gostamos de alimentar,
A dor da anti-vida,
A dor da maldição.


Vai Amoroso, suar sangue, entrar em desespero,
Pedir ajuda ao Pai
Vai Amoroso, para tua derradeira cena, vai...

Onde está a fúria dos teus olhos?
A rudeza da tua fronte?
A maldição dos teus lábios?
Ninguém viu
Não existiu
Você é você e seu amor
Você foi você e sua dor.

Vai Rabi, ensinar tua derradeira lição.
Vai consumar o que começastes no Jordão.

Vai Profeta, cumprir os oráculos de Isaías.
Vai Servo, encarnar em ti mesmo o Sofredor.
Vai  registrar com teu sangue
Que a  missão maior da vida
Que o combustível que afaga a lida
Não pode ser outro, só pode ser o amor.




sábado, 31 de março de 2012

Poesia Matemática (Millôr Fernandes)




Prá lembrar Millôr...



Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.