Pensamento da Hora

"ALGUMAS PESSOAS COMENTEM O MESMO ERRO DUAS VEZES. OUTRAS SÃO MAIS INTELIGENTES: ENCONTRAM NOVOS ERROS PARA COMETER" (Edson Athayde)









quarta-feira, 25 de abril de 2012

Por que não sou um fã de Charles Darwin



Artigo escrito por Olavo de Carvalho,
publicado Diário do Comércio, em 20 de fevereiro de 2009 












AS FESTAS BILIONÁRIAS em comemoração aos duzentos anos de nascimento de Charles Darwin tornam momentaneamente invisíveis alguns fatos essenciais da vida e da obra desse homem de ciência.

Desde logo, Darwin não inventou a teoria da evolução: encontrou-a pronta, sob a forma de doutrina esotérica, na obra do seu próprio avô, Erasmus Darwin, e como hipótese científica em menções inumeráveis espalhadas nos livros de Aristóteles, Sto. Agostinho, Sto. Tomás de Aquino e Goethe, entre outros. Tudo o que ele fez foi arriscar uma nova explicação para essa teoria – e a explicação estava errada. Ninguém mais, entre os autoproclamados discípulos de Darwin, acredita em “seleção natural”. A teoria da moda, o chamado “neodarwinismo”, proclama que, em vez de uma seleção misteriosamente orientada ao melhoramento das espécies, tudo o que houve foram mudanças aleatórias. Que eu saiba, o mero acaso é precisamente o contrário de uma regularidade fundada em lei natural, racionalmente expressável. O darwinismo é uma ideia escorregadia e proteiforme, com a qual não se pode discutir seriamente: tão logo espremido contra a parede por uma nova objeção, ele não se defende – muda de identidade e sai cantando vitória. Muitas teorias idolatradas pelos modernos fazem isso, mas o darwinismo é a única que teve a cara de pau de transformar-se na sua contrária e continuar proclamando que ainda é a mesma.

Todos os celebrantes do ritual darwiniano, neodarwinistas inclusos, rejeitam como pseudocientífica a teoria do “design inteligente”. Mas quem inventou essa teoria foi o próprio Charles Darwim. Isso fica muito claro nos parágrafos finais de A Origem das Espécies, que na minha remota adolescência li de cabo a rabo com um enorme encantamento e que fez de mim um darwinista, fanático ao ponto de colocar o retrato do autor na parede do meu quarto, rodeado de dinossauros(só agora compreendo que ele é um deles). Agora, graças à amabilidade de um leitor, tomei conhecimento dos estudos desenvolvidos por John Angus Campbell sobre a “retórica das ciências”. Ele estuda os livros científicos sob o ponto de vista da sua estratégia de persuasão. Num vídeo fascinante que vocês podem ver em
http://www.youtube.com/watch?v=_esXHcinOdA (infelizmente, o vídeo foi retirado pelo “usuário”. Nota do Edu).

Ele demonstra que o “design inteligente” não é apenas um complemento final da teoria darwinista, mas a sua premissa fundamental, espalhada discretamente por todo edifício argumentativo de A Origens das Espécies. O “design inteligente” é, portanto, a única parcela da teoria darwiniana que ainda tem defensores: e estes são os piores inimigos do darwinismo. É certamente um paradoxo que o inventor de uma explicação falsa para uma teoria preexistente seja celebrado como criador dessa teoria, porém um paradoxo ainda maior é que a premissa fundante da argumentação darwiniana seja repelida como a negação mesmo do darwinismo.

Puramente farsesco, no entanto, é o esforço geral para camuflar a ideologia genocida que está embutida na própria lógica interna da teoria da evolução. Quando os apologistas do cientista britânico admitem a contragosto que a evolução “foi usada” para legitimar o racismo e os assassinatos em massa, eles o fazem com monstruosa hipocrisia. O darwinismo é genocida em si mesmo, desde a sua própria raiz. Ele não teve de ser deformado por discípulos infiéis para tornar-se algo que não era. Leiam estes parágrafos de Charles Darwin e digam com honestidade se o racismo e a apologia do genocídio tiveram de ser enxertados a posteriori numa teoria inocente:

“Em algum período futuro, não muito distante se medido em séculos, as raças civilizadas do homem vão certamente exterminar e substituir as raças selvagens em todo o mundo. Ao mesmo tempo, os macacos antropomorfos...serão sem dúvidas exterminados. A distância entre o homem e seus parceiros inferiores será maior, pois mediará entre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o caucasiano, e algum macaco tão baixo quanto o babuíno, em vez de, como agora, entre o negro ou o australiano e o gorila”.

Imaginem, durante as eleições americanas, a campanha de John McCain proclamar que Barack Hussein Obama estava mais próximo do gorila do que o candidato republicano!

Tem mais: “Olhando o mundo numa data não muito distante, que incontável número de raças inferiores terá sido eliminado pelas raças civilizadas mais altas!” Para completar, um apelo explícito à liquidação dos indesejáveis: 

“Entre os selvagens, os fracos de corpo ou mente são logo eliminados; e os sobreviventes geralmente exibem um vigoroso estado de saúde. Nós, civilizados, por nosso lado, fazemos o melhor que podemos para deter o processo de eliminação: construímos asilos para os imbecis, os aleijados e os doentes; instituímos leis para proteger os pobres; e nossos médico empenham o máximo da sua habilidade para salvar a vida de cada um até o último momento...Assim os membros fracos da sociedade civilizada propagem a sua espécie. Ninguém que tenha observado a criação de animais domésticos porá em dúvida que isso deve ser altamente prejudicial à raça humana. É surpreendente ver o quão rapidamente a falta de cuidados, ou os cuidados erroneamente conduzidos, levam à degenerescência de uma raça doméstica; mas, exceto no caso do próprio ser humano, ninguém jamais foi ignorante ao ponto de permitir que seus piores animais se reproduzissem”.

Notem bem: não sou contra a hipótese evolucionista. Do que tenho observado até hoje, devo concluir que sou o único ser humano, no meu círculo de relações próximas e distantes, que não tem a menor ideia de se a evolução aconteceu ou não aconteceu. Todo mundo tem alguma crença a respeito, e parece disposto a matar e morrer por ela. Eu não tenho nenhuma.

No entanto, minha abstinência de opiniões a respeito de uma questão que considero insolúvel não me proíbe de notar a absurdidade das opiniões de quem tenha alguma. Há muito tempo já compreendi que os cientistas são ainda menos dignos de confiança do que os políticos, e os paradoxos da fama de Charles Darwin não fazem senão confirma-lo. Meus instintos malignos impelem-me a pegar os darwinista pela goela e perguntar-lhes:

- Por que tanta onda em torno de Charles Darwin? Ele inventou o “design inteligente”, que vocês odeiam, e a seleção natural, que vocês dizem que é falsa. Ele pregou abertamente o racismo e o genocídio, que vocês dizem abominar. Para celebrá-lo, vocês têm de criar do nada um personagem fictício que é o contrário do que ele foi historicamente. Não veem que tudo isso é uma palhaçada?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rir é o melhor remédio!









Na unidade do SUS, o médico olha bem para o paciente e estranha:

- Amigo, eu sou pediatra. Como é que um adulto marca consulta com um médico e crianças?

- Que absurdo, não é, doutor? Por aí o senhor pode calcular há quanto tempo estou nesta fila...



                                            * * * *



Uma família janta reunida e, depois de pagar a conta, o pai diz ao garçom:

- Embrulhe a carne que sobrou. Vamos levar para o cachorro.

- Oba! - gritam em coro as crianças. _ Papai vai comprar um cachorro para a gente!



                                         * * * *



Três amigos se encontram num bar e começam a conversar sobre traição.

O primeiro comenta:

-Acho que minha mulher está me traindo com um jogador de tênis. Outro dia, encontrei uma raquete embaixo da nossa cama.

- Também desconfio da minha. E acho que o cara é jogador de futebol, pois encontrei uma bola debaixo da cama - diz o segundo.

- Pior, eu acho que a minha mulher está me traindo com um cavalo.

- O uê? Como assim? - espantam-se os outros.

- Outro dia tinha um jóquei inteirinho debaixo da cama!!



                                          * * * *


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E eu, como fã que sou do RC, não poderia deixar de mandar meus parabéns para ele (mesmo sabendo que ele não vai ler...rs). Roberto Carlos faz 71 aninhos; tá na flor da idade e cantando melhor do que nunca. É, sei que essa é uma afirmação que muitos discordam, pois há uma crítica (real) que a voz do RC é fraquinha, anasalada, que ele não é lá grandes coisas como cantor. Pode até ser mas o seu talento e carisma são marcantes, não é à toa que virou rei.




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Ilustração: http://www.diretoriodeartigos.com.br

sábado, 14 de abril de 2012

Histórias da Marron





Alcione, a "Marron", deu "Depoimentos para a posteridade" ao Museu da Imagem e do Som. Destaco duas:


1) Ela se formou normalista aos 20 anos e foi ensinar português. Um dia, para manter a disciplina na sala, prometeu que se os alunos se comportassem, levaria seu trompete e mostraria o que que havia aprendido com o pai, professor de música. As crianças, então, se comportaram. Certo dia, Alcione subiu na mesa em plena sala de aula para dar seu show. Foi demitida na hora.


2) Ela diz que quando resolveu gravar "Meu Ébano" (É, você é um negão de tirar o chapéu/Não posso dar mole senão você créu...) o seu diretor artístico disse: "você vai gravar uma música que fala em créu? Não é o seu perfil". Ela respondeu: "E você por acaso conhece o meu potencial de créu?". Gravou.



Para lembrar, Alcione cantando, "Meu Ébano", com créu e tudo.








terça-feira, 10 de abril de 2012

Invictus











Assisti ao filme "Invictus" que conta como Nelson Mandela conseguiu unir a África do Sul em torno do time nacional de Rugby  que vinha tendo resultados ruins  mas que foi capaz de ganhar a copa do mundo que se realizou na África do Sul em 1995. Mandela mandou chamar o capitão da equipe para lhe passar confiança e falar um pouco da sua própria experiência de superação durante os anos em que esteve preso.

Esse poema inspirou Mandela durante os anos de prisão.

 
Invictus

Do avesso desta noite que me encobre,
Preta como a cova, do começo ao fim,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel desta circunstância,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.

Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.

Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.

Escrito pelo poeta Inglês William Ernest Henley (1849-1903).




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Quem quiser ler mais sobre a vida de Mandela, veja na Wikepédia e no Brasil Escola

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Poema de Páscoa(Vai, Nazareno)









Vai Nazareno, cumprir  tua sina
Vê a turba ensandecida
que brada tua sentença!
O que fizestes Nazareno, para que germinasse neles tamanha fúria?

Desprezo atroz!

Vai Nazareno, cumprir a tua sina
Vê os poderes da tua religião que se levantam
para te condenar...

Vai Galileu, cumprir a tua sina
Olha a cora que te espera
Olha o manto real que te puseram nos ombros
Você, Nazareno, que nunca pleiteou reino terreno.
O que eles entenderam, Nazareno?
Que usurparias o privilégio da casta sacerdotal?
Que anularias a Lei?
O que dizes de ti, Galileu?

Vai Marginal, cumprir a tua sina
Não foi assim que te pintaram? Não ficastes à margem do sistema? Não pusestes a roda da história para girar?

Vai Compassivo, cumprir a tua sina
Vai receber tua sentença,
Teu castigo,
Teu labor
Vai Visionário, cumpri a tua sina
Vai sofrer no teu corpo a tua dor

 A dor que é de todos nós.
A dor de olhar o caído e passar ao largo
A dor pela prisão da alma
Que suspira liberdade.
A dor que nos punge o peito
De não olhar o órfão e roubar-lhe a esperança
A dor que gostamos de alimentar,
A dor da anti-vida,
A dor da maldição.


Vai Amoroso, suar sangue, entrar em desespero,
Pedir ajuda ao Pai
Vai Amoroso, para tua derradeira cena, vai...

Onde está a fúria dos teus olhos?
A rudeza da tua fronte?
A maldição dos teus lábios?
Ninguém viu
Não existiu
Você é você e seu amor
Você foi você e sua dor.

Vai Rabi, ensinar tua derradeira lição.
Vai consumar o que começastes no Jordão.

Vai Profeta, cumprir os oráculos de Isaías.
Vai Servo, encarnar em ti mesmo o Sofredor.
Vai  registrar com teu sangue
Que a  missão maior da vida
Que o combustível que afaga a lida
Não pode ser outro, só pode ser o amor.